RUN SQUAD OPO
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O segundo evento especial da Run Squad OPO centrou-se no episódio tumultuoso da revolta dos taberneiros de 23 de Fevereiro de 1757, um levantamento popular encabeçado pelos taberneiros e tanoeiros contra a recém-formada Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro que hoje conhecemos como Real Companhia Velha. Com o apoio da Porto Running Tours, percorremos o trajecto dos revoltosos, desde a Cordoaria até ao terreiro de Miragaia. Mais do que apenas correr pela cidade, esta foi uma manhã de descoberta da antiga e íntima ligação da cidade com o comércio do vinho! (...) ![]() O grupo que aceitou o desafio de percorrer os caminhos da revolta no Porto! "Viva o Rei! Viva o povo! Morra a Companhia!!" O principal motim, ao som de "viva o Rei, viva o Povo! Morra a Companhia!" e dos sinos da Sé e da Misericórdia, aconteceu na manhã do dia 23 de Fevereiro de 1757. É certo que houve tiros, pedradas, alarido, insultos (não contra o Rei), muita mobília defenestrada, ameaças de incendiar a casa do juiz do povo que se recusava a participar por estar doente… mas tremendo neste episódio foi, em primeiro lugar, a extrema desproporção entre o “crime” e o castigo... Uma fotografia do fim do século XIX que mostra os armazéns da Companhia em Miragaia, um dos poucos depósitos de vinho que existiram no Porto, um edifício que hoje tem outras funções. Imagens do grupo numa manhã gloriosa de início de Primavera Uma punição desmesurada Cinco dias depois, o rei D. José I ordenou que se abrisse no Porto um processo para punir os participantes neste levantamento popular e que resultou numa repressão brutal, graças em parte a relatos que lhe chegaram e que foram propositada e exageradamente inflamados. Deste processo resultou o apuramento de 462 suspeitos, 26 dos quais foram condenados à pena capital (21 homens e 5 mulheres), a ocupação militar da cidade por vários regimentos militares - e a responsabilização dos portuenses pelo sustento das tropas - a extinção da "Casa dos 24", os 24 vereadores/representantes dos ofícios e, ainda, a nomeação de João de Almada e Melo - não coincidência: primo de Sebastião de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal - para Governador do Partido Militar do Porto. No final das contas, oito condenados conseguiram fugir, uma mulher escapou à forca por se encontrar grávida e os restantes 17 sentenciados à pena capital foram enforcados ou decapitados no dia 14 de Outubro de 1757. As suas cabeças foram colocadas junto às forcas e os corpos, esquartejados, expostos no Largo de S. Domingos, nas ruas Chã e de Cimo de Vila e no terreiro de Miragaia. |
Run Squad OPONeste blog partilhamos histórias, curiosidades, o resumo das nossas actividades, envergonhamos quem não aparece aos treinos e às vezes até escrevemos sobre assuntos sérios ;) Archives
Fevereiro 2021
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